Não devemos esquecer que a história não é feita sem grandeza de espírito, sem moral elevada, sem gestos nobres. (Rosa Luxemburgo)
* Janete Batista Balduino e Amauri de Lima
A cada início de ano letivo, mesmo para os mais experientes profissionais da educação, um sentimento de expectativa e ansiedade toma conta de cada professor/a e funcionário/a de escola. É um sentimento de inquietude que ultrapassa as questões profissionais e pedagógicas. É a voz interior reverberando o desejo de encontrar novos e antigos alunos, mas principalmente o anseio de poder colocar em prática as estratégias educacionais para contribuir no fortalecimento da vida pessoal e profissional de centenas de crianças e adolescentes (e até mesmo muitos adultos) que aguardam o conhecimento, o aconselhamento e, principalmente, a amizade do professor/a e dos funcionários/as que se manifesta em cada dia na escola.
Entretanto, para além dos desafios específicos de iniciar uma nova etapa de atividades na escola, nós profissionais da educação precisamos nos deparar com ataques dos governos e com as inseguranças advindas sobretudo da Pandemia que ainda nos assola.
A preocupação do profissional da educação não é apenas com o trabalho na sala, na cozinha, na secretaria ou na limpeza da escola. Ele está afetado diretamente pela política de ataques aos direitos e à própria vida. Há uma ofensiva por parte dos governos para provocar a desorganização e desmobilização dos trabalhadores/as. É um movimento estratégico por parte dos grupos que estão postos nos governos.
Precisamos esperançar e, principalmente, nos unir. Como disse Rosa Luxemburgo: “não devemos esquecer que a história não é feita sem grandeza de espírito, sem moral elevada, sem gestos nobres”. Convocamos cada professor/a e cada funcionário/a para manter a grandeza de espírito e moral elevada para se juntar à luta em defesa da escola pública. Este é o gesto que nós esperamos da categoria. Vamos ampliar os debates democráticos nas escolas e solidificar a luta. Precisamos da participação de cada educador/educadora. Precisamos lembrar que a luta da APP Sindicato ultrapassa a luta para a melhoria da educação. A luta da APP e de cada um de nós é uma luta coletiva. É uma luta em defesa do trabalhador/a. Nosso “inimigo” não está dentro da escola. Por isso convidamos todos/as para nos unir. Venha participar das atividades do Sindicato. Apresente suas ideias. Some-se a nós. Não permita que as notícias sobre tabelas salariais e falsas ideologias conservacionistas nos desmobilize.
Para finalizar desejamos o que cada professor/a, funcionário/a tenha um bom ano de trabalho e, acima de tudo, tenha grandeza de espírito para lutar e defender a categoria, a escola pública e a democracia, pois como antecipava Rosa Luxemburgo “se a democracia se tornou supérflua ou irritante para a burguesia, é necessária e indispensável para a classe trabalhadora”.