Promessa de Ratinho Junior e Renato Feder de manter atividades virtuais foi mentira usada para reabrir escolas; governo retira direito dos(as) alunos(as) e amplia a exclusão.
Mesmo com a vacinação lenta, transmissão comunitária da variante delta do coronavírus e a comunidade escolar ainda sem imunização contra a covid-19, o governador Ratinho Junior (PSD) e o secretário de Educação, Renato Feder, determinaram a volta às aulas presenciais no Paraná. Eles prometeram manter as atividades virtuais para estudantes, já que o retorno às classes exige o revezamento entre os(as) alunos(as).
Prometeram, mas não cumpriram. Alunos(as) de Foz do Iguaçu estão sendo obrigados a frequentar as aulas presencialmente porque muitas escolas deixaram de ofertar os conteúdos de forma virtual. Levantamento parcial da APP-Sindicato/Foz mostra que 7 colégios na cidade não mantêm mais ensino síncrono: presencial e transmissão pelo Meet para quem está em casa, devido ao rodízio obrigatório.
As instituições da rede estadual em Foz do Iguaçu que deixaram de ofertar aula on-line são:
Arnaldo Busatto
Ayrton Senna da Silva
Carmelita
Dom Pedro II
Ipê Roxo
Monsenhor Guilherme
Santa Rita
A Secretaria Estadual de Educação (Seed) diz não proibir o ensino on-line. Entretanto, de modo não formal, prática muito utilizada pelo órgão, conduz os estabelecimentos de ensino às aulas presenciais, mesmo não havendo segurança sanitária para que adolescentes, jovens e educadores(as) possam frequentar as escolas, devido à pandemia.
A APP-Sindicato/Foz reforça que a educação é um direito do(a) aluno(a) que deve ser defendido por pais, mães e seus responsáveis. Ao impor a volta às aulas, o governo afirmou que manteria atividades impressas e pelo Meet, já que as turmas devem fazer rodízio, com parte dela presencial e a outra em atividades on-line.
“O governo está restringindo o acesso do(a) estudante à educação, que é um direito. Esse ataque faz aumentar ainda mais a exclusão de adolescentes e jovens”, enfatiza o diretor da APP-Sindicato/Foz, Silvio Borges. “Se não é possível voltar toda a turma, como os(as) alunos(as) podem ficar sem o ensino on-line, que já é bastante deficitário”, completa.
“A explicação para tudo isso que está ocorrendo é muito simples”, avalia. “O governo aplicou uma mentira para impor o retorno às aulas presenciais. Mas quem assume a responsabilidade pelos riscos à saúde desses jovens são seus pais, que precisam assinar um termo eximindo o governo de qualquer ônus. Isso é muito cruel com estudantes e suas famílias”, frisa Silvio.
Para o educador, a tendência é aumentar a evasão. “Professores(as) nos relatam que os(as) alunos(as) não estão gostando. Muitos têm dificuldade para fazer as atividades impressas sem qualquer apoio docente ou pedagógico”, relata. “O que está acontecendo é um cerceamento sem precedentes do direito do(a) estudante à educação. Isso em plena pandemia”, condenou Silvio Borges.