Com 168 novos casos nessa quinta-feira, 16, cidade bate recorde de ocorrências em 24 horas; 1.272 diagnósticos da doença são de julho.
A direção da APP-Sindicato/Foz refuta o decreto da Prefeitura de Foz do Iguaçu que permite a abertura geral do comércio, serviços, indústria e gastronomia. Até mesmo aulas presenciais são autorizadas pelo município, com a legislação que entrou em vigor nessa quarta-feira, 15.
Conforme o decreto da prefeitura, o município libera que “instituições de ensino” possam retomar, em 27 de julho, “a utilização presencial de laboratórios e aulas presenciais para formandos de graduação e do último ano do Ensino Médio”.
Com essa decisão, a gestão cede à pressão do setor privado de educação, expondo estudantes e profissionais de ensino. Mais grave ainda, relativiza e até contribui, de forma indireta, para o coro “negacionista da pandemia” que pede a volta às aulas em todos os níveis.
Essa decisão ocorre no momento em que segue crescendo o número de novos casos de covid-19 e de mortes causadas pela doença, tanto no município como no Paraná. A prefeitura prioriza a economia em detrimento da proteção à vida dos iguaçuenses.
O prefeito Chico Brasileiro (PSD) autorizou a reabertura comercial ampla por meio de decreto publicado em 13 de julho. No dia seguinte (14), Ratinho Junior (PSD) decidiu não prorrogar a quarentena no estado, que vigorou nas duas primeiras semanas deste mês, mesmo com recordes de novos casos e mortes.
A cada semana, a Prefeitura de Foz necessita habilitar novos leitos para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusiva a pacientes de covid-19. Nessa quinta-feira, 15, a cidade atingiu 94% de ocupação da UTI disponível e registrou 168 novos diagnósticos da doença, um recorde para 24 horas. Os dados são do painel da Vigilância Epidemiológica do município.
Os números oficiais da pandemia mostram que a doença provocada pelo novo coronavírus está em expansão. Dos 2.168 casos de covid-19 em Foz do Iguaçu, 1.272 foram registrados apenas neste mês de julho. No período, ocorreram 9 das 20 mortes.
Veja a evolução dos casos por mês (*):
Março – 13
Abril – 36
Maio – 79
Junho – 768
Julho (16 dias) – 1.272
TOTAL – 2.168
* Fonte: boletins epidemiológicos do município.
Registre-se, ainda, que em quatro meses de pandemia, a gestão municipal não adotou medidas necessárias para solucionar os graves problemas do transporte coletivo. As empresas, que sempre lucraram com esse serviço público, ditam as regras de funcionamento do sistema de ônibus, retirando linhas e negligenciando a prevenção.
Neste momento grave, em que vidas estão sob risco, não cabem e não são admitidos dois discursos antípodas. Ou o prefeito está do lado dos(as) trabalhadores(as) e da população em geral, e adota medidas eficientes de contenção à covid-19, ou faz o jogo do poder econômico a favor do lucro.
A vida acima do lucro. Fique em casa!