Primeiro de Maio: dia internacional de luta dos(as) trabalhadores(as). Opinião de Silvio Borges

* Silvio Borges

Embora governos, patrões e até mesmo algumas centrais sindicais e sindicatos gostassem de tratar o Primeiro de Maio como um dia de festa e comemorações com churrascos e sorteios, esse nunca foi o verdadeiro espírito da data que histórica e internacionalmente é marcada pelas lutas em defesa dos direitos da classe trabalhadora, tanto que tem origem nas greves realizadas pelos operários dos Estados Unidos em 1886, que reivindicavam principalmente a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias.

Este ano, o Primeiro de Maio é marcado pela Pandemia do Novo Coronavírus que já matou dezenas de milhares de pessoas pelo mundo, principalmente trabalhadores/as. No Brasil, a crise sanitária é agravada pela alta desigualdade social e pela crise política do governo Bolsonaro, caracterizado pelo negacionismo anti-ciência, que desde o início não reconheceu a gravidade da doença, se colocando contra o isolamento social, principal medida para conter o avanço do vírus, defendida pela OMS.

Além disso, o governo, ao invés de criar medidas para proteger os empregos e a renda dos/as trabalhadores/as durante o necessário isolamento social, chegou a editar Medida Provisória que permitia a suspensão do contrato de trabalho por até quatro meses sem pagamento de salários. Mesmo voltando atrás nesse ponto após pressão social, a Medida, por meio da negociação patrão-empregado, ainda permite o não pagamento de salários.

Graças a postura genocida do Presidente da República, o Brasil já amarga mais de 5 mil mortes por COVID-19, se configurando como um dos países com mais casos e óbitos por Coronavírus no mundo.
A Pandemia veio para agravar a crise social no Brasil, vale lembrar que desde 2016 os trabalhadores/as sofrem com o aumento dos ataques aos seus direitos com a aprovação do teto dos gastos, a Lei das terceirizações, a Reforma Trabalhista, a Reforma da Previdência, entre outros.

Especificamente em relação aos trabalhadores em educação do Paraná, temos sofrido com o aumento da violência dos governos e da retirada de direitos desde 29 de abril de 2015. Ataques à previdência dos servidores públicos, 5 anos sem reposição salarial (data-base), redução das hora-atividades, fim das licenças especiais e por fim, no último dia 29 de abril, a extinção dos cargos de Agentes Educacionais I e II, que abre caminho para a terceirização do setor.

Diante de tantos ataques, a nós trabalhadores/as não nos resta outra alternativa senão reencontrar o caminho das lutas, pois a história do Primeiro de Maio nos mostra que só assim podemos resistir aos ataques e avançar nas conquistas.

No caso brasileiro, a defesa de nossos direitos passa, ainda, pela defesa da democracia e pelo Fora Bolsonaro, pois não é possível mais aceitar como Presidente da República uma pessoa que tem reiteradamente cometido crimes, comuns, de responsabilidade, contra a democracia e contra a humanidade.

Fora Bolsonaro!

Trabalhadores/as do mundo, uní-vos!

* Silvio Borges é professor em Foz do Iguaçu e membro da direção da APP-Sindicato/Foz.