A direção da APP-Sindicato/Foz manifesta solidariedade a Aluízio Palmar, militante dos direitos humanos, ex-preso político, pesquisador sobre o período da ditadura civil-militar no Brasil, escritor e jornalista em Foz do Iguaçu.
Palmar sofre perseguição que tem o objetivo de silenciá-lo, por meio de processo na Justiça movido pelo ex-tenente do Exército, Mário Espedito Ostrovski, que hoje atua como advogado neste município.
O ex-militar figura como torturador no livro Brasil: Nunca Mais, e nos relatórios finais da Comissão da Verdade Paraná e da Comissão Nacional da Verdade.
Como ativista, pesquisador e autor do livro “Onde foi que vocês enterraram nossos mortos?”, Aluízio Palmar dá visibilidade a documentos oficiais, acontecimentos e crimes contra a dignidade humana e os direitos humanos, praticados no regime fardado (1964-1985).
Esse trabalho contribui para que a sociedade brasileira possa conhecer e refletir, com maior profundidade e abrangência, sobre esse período da história nacional recente.
O processo movido por Mário Espedito Ostrovski contra Aluízio Palmar é porque o jornalista divulgou os crimes de torturas cometidos pelo ex-tenente no final dos anos 1960, quando Ostrovski serviu ao 1º Batalhão de Fronteiras, em Foz do Iguaçu.
A ação de Mário Espedito Ostrovski reflete o momento histórico de retrocessos que assolam o Brasil, em que o presidente da República e sua horda fazem apologia à ditadura e à censura, elogiam quem cometeu crimes contra a humanidade e destroem o já incipiente sistema de garantia dos direitos humanos.
É dever de todas e todos denunciar, reagir e resistir ao obscurantismo que assombra o Brasil, em defesa da liberdade, da justiça e das garantias individuais e coletivas.
Foz do Iguaçu, 9 de dezembro de 2019.
A direção da APP-Sindicato/Foz