
“Quem matou Zarhará?” foi a pergunta que marcou a marcha pelo Dia Internacional da Mulher.
Centenas de mulheres exigiram o fim da violência de gênero e igualdade de direitos durante ato público em Foz do Iguaçu no último dia 8. A mobilização também enfatizou a pergunta “quem matou Zarhará?”, a estudante de 25 anos encontrada sem vida dentro do próprio carro.
A marcha pelo Dia Internacional da Mulher teve como lema “Igualdade salarial e solidariedade”, demonstrando sororidade e apoio às mulheres vítimas de violências. Participantes de vários segmentos sociais expuseram faixas, cartazes, mensagens e palavras de ordem.
A família da universitária Zarhará Hussein Tormos participou do ato. O movimento pediu respostas das autoridades, visando à elucidação das circunstâncias do assassinato brutal da jovem, e justiça, com responsabilização e punição.
No ato, a titular da Delegacia da Mulher, Giovana Antonucci, divulgou números alarmantes, citando que há milhares de medidas protetivas vigentes, com novos pedidos todos os dias. “Precisamos acabar com a desinformação, pois a medida protetiva é eficaz. E faço um apelo: é preciso denunciar todo agressor”, enfatizou a delegada.
A coordenadora da Patrulha Maria da Penha, Maristela Bail, frisou que a marcha demonstra que as mulheres não estão sozinhas. “Precisamos falar, o máximo possível, sobre violência e levar informação e conscientização. Há uma rede de proteção para dar a elas todo o suporte necessário.”
Estudante universitária, Maria Eduarda amplificou as pautas. “É importante, porque a luta das mulheres não pode ser desvinculada da luta contra o racismo, contra o sexismo e a opressão de classe. Precisamos ressaltar o legado das nossas ancestrais e lutar por um futuro melhor para todas as mulheres.”

Igualdade de salário
As mulheres nas ruas de Foz do Iguaçu cobraram ações efetivas para combater a desigualdade salarial, pois ainda ganham em média 20% a menos do que homens na mesma função. No país, legislação nacional recente coíbe essa injustiça, que precisa ser enfrentada por toda a sociedade.
Uma das pautas foi enfática: fim da jornada 6×1, reduzindo o tempo de trabalho como ponto crucial à vida das mulheres. “Marchamos pelo direito à vida, pela liberdade e contra todas as formas de exploração que recaem às mulheres”, refletiu a professora Madalena Ames, uma das organizadoras da marcha.

Mulheres palestinas
A condição de mulheres em situação de rua e os impactos de guerras para mulheres e crianças, vítimas inocentes em que estão em jogo os interesses de grandes potências, caso da Palestina, também foram pautas. A Marcha das Mulheres em Foz do Iguaçu fez um apelo pelo fim do genocídio palestino.
Ato cultural
A marcha pelas avenidas centrais chegou à Praça da Paz, com ato político e cultural marcado por falas de lideranças, música e união, conformando um ambiente de esperança por dias melhores, com luta. O chamado público foi para que sejam denunciadas todas as violências e que a sociedade esteja vigilante na formulação e na aplicação de políticas públicas às mulheres.
(AI APP-Sindicato/Foz)