Marcha das Mulheres da fronteira acontece nesta terça em Foz do Iguaçu

Marcha das Mulheres une a fronteira por direitos e contra o machismo – Foto: Marcos Labanca/Arquivo

 

No Dia Internacional da Mulher, passeata marca a extensa programação durante todo o mês de março.

Reunindo participantes de Foz do Iguaçu, Ciudad del Este e Puerto Iguazú, a Marcha das Mulheres acontecerá nesta terça-feira, 8, dentro da programação alusiva ao Dia Internacional da Mulher (#8M). A concentração será às 17h, no Bosque Guarani, seguida de passeata até a Praça da Paz.

A mobilização denunciará a retirada de direitos, o machismo e a violência de gênero. Além de dar visibilidade às reivindicações, a marcha e as atividades durante todo o mês de março visam a fortalecer o protagonismo e o empoderamento da mulher.

Terminada a passeata, a Praça da Paz será palco de ato público, com apresentações culturais. A ação marcará a extensa programação com a participação de conselhos de políticas públicas,  associações de bairros, universidades, movimentos sociais e  sindicatos.

A marcha demonstrará à sociedade a piora das condições de vida, resultado do encarecimento dos alimentos, transporte e moradia, do desemprego e da precarização do trabalho. O machismo disseminado na sociedade e nos meios institucionais, e o aumento da violência, também serão denunciados.

Psicóloga e presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Mara Baran destaca que estruturas associadas ao machismo e ao patriarcado impõem uma hierarquia, cujo objetivo é manter a mulher em níveis menores nas instâncias e espaços sociais.

“São tentativas para manter a mulher culturalmente e socialmente atrás, o que não aceitamos”, frisa. “Nosso protagonismo, que deve ocorrer todos os dias, é para vencermos a desigualdade nos espaços de poder e para que a mulher ocupe o seu lugar, que é onde ela quiser estar”, pontua.

Mau exemplo que vem de cima

Para Ieda Possebon Ovelar, secretária da Mulher Trabalhadora e dos Direitos LGBTQIA+, há recorrentes falas machistas no âmbito da Presidência da República, o que incentiva esse mesmo comportamento na sociedade.

“Esse quadro tem contribuído muito para o avanço da violência”, avalia. Ela complementa enfatizando a importância da denúncia de agressores.

“Se esse agressor percebe o medo por parte da mulher, ele se aproveita, abusa e fere muito mais. A marcha também é uma iniciativa para demonstrarmos que estamos juntas, não estamos sozinhas”, diz.

Arrecadação de absorventes

Durante a Marcha das Mulhere em Foz do Iguaçu, serão arrecadados absorventes higiênicos. O material será  entregue às mulheres privadas de liberdade que se encontram no presídio feminino no município. Pessoas, empresas e instituições podem fazer a doação durante o ato.

Parte das mulheres privadas de liberdade é vítima da desigualdade social e econômica. Em muitos casos, elas precisam sustentar a família sozinhas, ficando vulneráveis ao assédio de traficantes. Há situações em que o agressor da mulher a obriga a praticar tráfico de drogas.

Agenda em março

Além da Marcha das Mulheres, durante todo o mês de março serão realizadas atividades. Panfletagem, cinedebate, doação de sangue, palestras, passeio ciclístico, rodas de conversas e outras ações estão previstas. A agenda completa está disponível em https://www.facebook.com/events/272067991738947/?ref=newsfeed.

Organização

A programação é organizada pela APP-Sindicato/Foz; Centro de Direitos Humanos e Memória Popular (CDHMP); Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM); Seção Sindical dos(as) Docentes da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Sesunila); Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB); Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro (CFCAM); e Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM).

A organização inclui a Unidade Juventude Comunista (UJC); Coletivo de Mulheres do PT (CMPT); União Brasileira de Mulheres (UBM); Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Marcha Mundial das Mulheres (MMM); Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino Superior do Oeste do Paraná (Sinteoeste); Rede de Encontro pela Diversidade; Baque Mulher; Sindicato dos Servidores Municipais (Sismufi); Sindicato dos Eletricitários (Sinefi); Sindicato de Professores e Profissionais da Educação da Rede Pública (Simprefi); e Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Setrofi).

Em caso de violência, entre em contato (inclusive de forma anônima)

180: Central de Atendimento à Mulher
181: Disque-denúncia
153: Patrulha Maria da Penha
190: Polícia Militar
0800 643 8111: Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM)