O povo pagou uma vez, através de impostos. O povo pagará novamente, através da elevação do preço do pedágio. Mas a população sequer teve o direito de participar da inauguração da trincheira entre a avenida Paraná e a BR 277, em Foz do Iguaçu, que aconteceu nesta sexta-feira (21). A agenda oficial e a assessoria de imprensa do governador Beto Richa informaram a sua presença na solenidade, mas o ato foi realizado apenas com autoridades locais, alguns ocupantes de cargos comissionados e representantes do Governo do Estado.
Os poucos convidados que prestigiaram o fugaz cerimonial testemunharam a tenaz resistência dos servidores da educação do Paraná, que bradavam “Fora Beto Richa” e “Cláudia Camburão, vergonha da educação”, em alusão ao posicionamento da deputada Cláudia Pereira na Assembleia Legislativa.
Em aproximadamente dez minutos de solenidade, sem pronunciamentos e sem povo, três fatos ficaram bem claros para o educadores que marcaram presença na inauguração, a espera do governador. Primeiro, Beto Richa voltou a evitar Foz do Iguaçu, pois as suas duas agendas anteriores foram marcadas por protestos dos trabalhadores da educação, que repercutiram entre autoridades e profissionais da imprensa de vários países.
Segundo, o Governo do Paraná pretende calar todas as vozes discordantes empregando o aparato das forças públicas de segurança. Na cerimônia de abertura da trincheira, mais uma vez foi utilizado um forte esquema envolvendo policias e agentes, mecanismo incompatível com o tamanho da obra e com o úmero de pessoas envolvidas no evento.