Contra a reforma da Previdência e o corte de verbas à educação, paralisação unificada foi organizada por sindicatos, movimentos populares e coletivos de estudantes.
Mais de sete mil pessoas participaram de manifestação em Foz do Iguaçu durante a greve geral nesta sexta-feira, 14. Organizada por sindicatos, movimentos populares e coletivos de estudantes, reunidos em torno da frente denominada Unidade Sindical e Popular, a mobilização foi em defesa da aposentadoria, educação, emprego, trabalho decente e outros direitos sociais e trabalhistas.
O protesto no município integrou a agenda nacional de paralisação convocada por centrais sindicais. Em menos de dois meses, em Foz do Iguaçu, foram quatro mobilizações contra a reforma da Previdência – em tramitação no Congresso Nacional – e o corte de verbas para a educação, determinado pelo governo federal, nos dias 29 de abril, 15 e 30 de maio e 14 de junho.
A concentração para a greve geral teve início às 7h no Bosque Guarani. Do carro de som, vários representantes de sindicatos e movimentos sociais e estudantis apresentaram falas a favor do sistema público de previdência, investimentos na escola pública, emprego e outros direitos para os trabalhadores.
Depois do ato público no bosque, o movimento seguiu em passeata pela Avenida Brasil e retornou pela Avenida JK ao mesmo local da concentração. No percurso, lideranças ao microfone, faixas e cartazes denunciaram os efeitos negativos da reforma da Previdência para os trabalhadores e o desmonte do ensino público resultado do corte de recursos.
“Foi uma mobilização vitoriosa, com a adesão de trabalhadores dos setores público e privado. Ficou demonstrado, mais uma vez, que a população entende que ficará sem a aposentadoria se a reforma da Previdência for aprovada e que o corte de verbas para a educação só afeta os filhos dos trabalhadores”, frisou Silvio Borges, diretor da APP-Sindicato/Foz, organização que integra a Unidade Sindical e Popular.
Presidenta do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Unioeste/Foz e acadêmica de Pedagogia, Daiana Becker ressaltou que o educador tem o papel de integrar-se às pautas e movimentos a favor da coletividade. “É dever do educador fazer mudanças. Por isso é essencial fazermos parte das lutas por recursos para a educação pública”, enfatizou.
Unidade e defesa de direitos
Em sua explanação para o público, a diretora do Sinditest/Unila, Daiane Carolina Paulino, ressaltou a necessidade de movimentos públicos para reverter medidas que prejudicam a vida da população. “É dever de todos impedir o absurdo corte de recursos que são da educação, assim como precisamos permanecer unidos para evitar essa reforma da Previdência que só visa retirar direitos”, apontou.
Integrante da direção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Dirce Noronha posicionou-se contra a narrativa utilizada pelo governo para alterar o sistema previdenciário. “Não é reforma isso que estão discutindo [o governo federal e o Congresso Nacional]. É o fim da aposentadoria, é o desmonte da Previdência no Brasil. Por isso somamos nesta mobilização”, acentuou.
Participação
Participaram da manifestação durante a greve geral em Foz as seguintes entidades e movimentos: APP-Sindicato/Foz, Sismufi, Sinprefi, Adunioeste, Sinteoeste, Sesunila, Sinditest/Unila, SindiEdutec/IFPR, bancários, STTHFI, Sitrofi, Sindijor, Construção Civil, Sinefi, MST, DCE/Unioeste, CDHMP, coletivos estudantis da Unila e do IFPR e educadores indígenas do Colégio Teko Ñemoingo.
(APP-Sindicato/Foz)