Mobilização histórica relembrou a violência de 29 de abril e denunciou que o massacre contra professores(as) e funcionários(as) é diário nas escolas.
Professores(as) e funcionários(as) de escola em todo o Paraná cruzaram os braços nas cidades e engrossaram uma grande manifestação unificada de várias categorias de servidores(as) estaduais em Curitiba (PR), nessa sexta-feira, 29. O funcionalismo cobrou, mais uma vez, a dívida de Ratinho Junior (PSD): perdas salariais de 35%.
Os(as) servidores(as) relembraram a repressão de 29 de abril de 2015, o Dia do Massacre, para denunciar que a violência comandada por Beto Richa (PSDB) naquela data se tornou diária. A gestão estadual retira direitos, impõe normas que precarizam o trabalho nas escolas e destrói a educação pública a cada dia.
A passeata, que marca a retomada das grandes mobilizações, seguiu da Praça 19 de Dezembro até o Palácio Iguaçu no Centro Cívico, a sede do governo. Com bandeiras e palavras de ordem, as categorias do funcionalismo público exigiam o fim do calote e apontavam Ratinho Junior como um dos piores governadores da história paranaense.
“Foi a primeira grande mobilização desde o início da pandemia. Enquanto lutamos para sobreviver à pandemia, Ratinho Junior e seu secretário da educação, Renato Feder, rói direitos”, sublinha a presidenta da APP-Sindicato/Foz, Janete Batista. “O governo usa a pandemia para prolongar o calote e dar dinheiro para empresas picaretas que lucram com a educação”, frisa.
“Com essa grande mobilização de 29 de abril reafirmamos que o calote precisa parar”, prossegue. “Exigimos que o governador retire o desconto previdenciário dos(as) aposentados(as), assegure melhores condições de trabalho e dê um basta no assédio contra professores(as) e funcionários(as) dentro das escolas”, cobra Janete.
Pressionado pelas forças das ruas, o governo obrigou-se a receber a representação dos(as) servidores(as), pedido de diálogo que vinha sendo ignorada. Na reunião, o Fórum Estadual dos Servidores (FES), do qual a APP faz parte, apresentou estudo econômico técnico comparando que a administração tem como o reajuste reivindicado neste ano, e elencou o impacto drástico do calote nas condições de vida dos trabalhadores.
Ratinho Junior em xeque
O descontentamento com o governo de Ratinho Junior é generalizado. Trabalhadores(as) da área da saúde fazem greve e policiais cobram melhores condições de trabalho e reposição salarial, com “recepções” públicas ao governador em todo o Paraná. Ratinho Jr. Ratinho foi obrigado a trocar, às pressas, o comando da Secretaria de Segurança Pública, devido à crise o setor que aponta para várias direções.