Durante palestra em Foz do Iguaçu, em evento organizado pela APP-Sindicato/Foz, o sociólogo e cientista político Emir Sader defendeu a importância da educação pública e condenou o governo de Jair Bolsonaro (PL) devido a retrocessos em todas as áreas. O diálogo foi no campus iguaçuense da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).
A palestra contou com a organização da Unioeste/Foz, e apoio da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), do Instituto Federal do Paraná (IFPR/Foz) e do Sindicato dos Professores Municipais de Foz (Sinprefi).
Um dos pensadores mais influentes do campo progressista na América Latina, Sader contextualizou os avanços e retrocessos políticos e econômicos das últimas décadas no país. Fez críticas à agenda neoliberal, comparando o Brasil com um shopping center, onde as grandes marcas mundiais oferecem seus produtos à classe média alta, e que os pobres só podem entrar para ver vitrines.
Para o cientista social, Bolsonaro está atrelado à ordem econômica neoliberal, em que a especulação financeira se tornou a espinha dorsal da economia neste governo. No Brasil de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, a Bolsa de Valores se tornou mais importante do que os investimentos reais no setor produtivo.
O sistema financeiro, representado pela Bolsa de Valores, celebrada diariamente pelo governo e seus aliados, não gera emprego, não fortalece a indústria nem traz segurança econômica ao país. Isso porque, explicou Emir Sader, quando os milionários perdem, tiram seus recursos e levam a outros países.
No fim, são os(as) trabalhadores(as) e os(as) menos favorecidos que pagam a conta, apontou o sociólogo. Para Emir Sader, o(a) trabalhador(a) constrói a riqueza, mas não decide o destino dos impostos, os quais deveriam priorizar serviços públicos e benefícios para o povo.
“O modelo capitalista de consumo, que mostra a vitrine das grandes marcas, não gera a condição de compra à população”, apontou Emir Sader durante a palestra em Foz do Iguaçu. A tecnologia e a mídia, com informação rasa, incentivam o consumismo, refletiu.
Para ele, é necessário um projeto de país com investimento no setor produtivo gerador emprego e renda, a fim de ampliar o mercado interno e o consumo popular, diminuindo as desigualdades sociais e regionais.
Emir Sader defendeu ser tarefa de cada brasileira e de cada brasileiro atuar para vencer o retrocesso imposto pelo atual governo. As eleições deste ano colocam sobre todos(as) a responsabilidade da mudança, para tirar o Brasil dessa situação caótica atual.
Durante o debate, Emir Sader respondeu a perguntas do público, formado por integrantes de movimentos sociais e sindicais, de professores e estudantes de colégios estaduais, da Unioeste/Foz, Unila e IFPR/Foz.