Servidores(as) entregaram documento à chefia no Núcleo Regional de Educação com a pauta da greve.
Por APP-Sindicato/Foz
Educadores(as) da rede estadual em greve participaram de manifestação no Núcleo Regional de Educação (NRE) de Foz do Iguaçu nesta sexta-feira, 28. A atividade integrou mobilização simultânea realizada pela categoria em cerca de 30 cidades do Paraná que contam com os núcleos de ensino.
O objetivo do ato público foi reivindicar do Governo do Estado a apresentação de proposta e a retomada das negociações. Os(as) servidores(as) ainda exigiram da administração estadual respeito ao direito de greve assegurado em lei.
Durante o protesto, uma comissão de educadores(as), representando várias escolas de Foz do Iguaçu e região, foi escolhida para entregar à direção do NRE documento reafirmando a pauta e a continuidade do movimento. A carta foi entregue diretamente à chefe do órgão educacional, Silvana Garcia André.
Presidenta da APP-Sindicato/Foz, Cátia Castro afirmou que o governo não apresentou nenhuma proposta nas reuniões da comissão de negociação. Esse grupo, formado por representantes da gestão estadual e dos(as) servidores(as), foi instituído a partir da paralisação da categoria no dia 29 de abril.
“Diálogo sem proposta é enrolação. Queremos do governador Ratinho Junior uma definição sobre a dívida do estado com a categoria”, ressaltou. O principal pleito dos(as) funcionários(as) públicos(as) é o pagamento da reposição das perdas da inflação, a data-base, que causa perdas salariais acima de 17%.
Problemas do passado, riscos do futuro
Segundo Cátia Castro, a pauta é extensa e inclui itens trabalhistas, pedagógicos e educacionais. Outra preocupação da categoria é com o Projeto de Lei Complementar nº 4/2019, apresentado pelo governador Ratinho Junior, que congela benefícios assegurados na carreira dos servidores(as) por 20 anos.
A dirigente sindical enfatizou ainda que proposições do Governo do Paraná, se implantadas, prejudicarão os(as) trabalhadores(as) e o processo ensino-aprendizagem. Ela cita como exemplo o fim da eleição democrática dos(as) diretores(as) de escolas. Conforme o governo, os dirigentes deverão ser escolhidos em processo de seleção conduzido por empresas.
A criação de uma prova para a contratação de servidores(as) temporários, os PSSs, é outro ponto questionado. “Mais uma vez, o governo quer pagar para uma empresa realizar processo cheio de exigências para contratar servidores(as) de forma precária, com baixos salários e sem os benefícios de carreira. Uma universidade não pode realizar essa seleção?”, questionou Cátia Castro.
“Não aceitamos esse projeto que trata a educação como um negócio altamente lucrativo e nem a mercantilização das escolas. A quem interessa isso tudo?”, ponderou. “De um lado, o desmonte das carreiras e do sistema público de educação; de outro, o avanço das terceirizações e dos negócios empresariais”, denunciou Cátia Castro.
Agenda
Os(as) educadores(as) de Foz e região mantêm o QG da Greve, na Praça da Paz, funcionando de segunda-feira a sexta-feira, das 7h30 às 18h. Neste domingo, realizarão panfletagem e conversa com a população na Feirinha da JK, a partir das 9h. Ainda no domingo, à noite, embarcarão para Curitiba (PR), onde acontecerá a primeira manifestação estadual dos(as) servidores(as) depois do início da greve.