Educadores(as) e funcionários(as) aposentados(as) cobram reposição para evitar que salário seja consumido pela inflação

Professores(as) e funcionários(as) aposentados(as) das cidades da região participaram do encontro – Foto: Assessoria


Professores(as) e funcionários(s) de colégios estaduais participaram de encontro regional em Foz do Iguaçu.

A remuneração dos educadores(as) aposentados(as) está sendo consumida devido aos resultados da reforma da Previdência, à falta de reposição salarial e pela inflação. Esse foi um dos principais pontos debatidos no Encontro de Aposentados, que reuniu em Foz do Iguaçu professores(as) e funcionários(as) de escolas de cidades da região nessa sexta-feira, 25.

Em plena pandemia, em 2020, o governo instituiu uma das regras da versão do Paraná da reforma previdenciária, elevando de 11% para 14% o desconto dos aposentados na folha de pagamento para quem ganha mais de três salários mínimos. A defasagem salarial dos servidores(as) estaduais ultrapassa 34% por perdas acumuladas em seis anos, e o índice inflacionário ajuda a corroer ainda mais as remunerações.

Promovido pela APP-Sindicato/Foz, o evento contou com palestra da professora aposentada Vilma Terezinha de Souza Pinto, conselheira da Paraná Previdência. Educadores(as) puderam esclarecer dúvidas e obter orientações. O final do evento foi marcado por uma confraternização para celebrar décadas de trabalho dedicado à escola pública do Paraná.

“Embora muitos de nós já não estão na sala de aula, a luta pela educação pública e de qualidade permanece, é um dever social”, disse Maria das Graças Miranda, secretária de Aposentados do núcleo sindical. Ela defendeu a união e a organização da categoria em torno de direitos, como a reposição salarial para todos os profissionais.

Falta de valorização

Presente no encontro regional, a professora Maria Odete Rolon, de 87 anos, dedicou cinco décadas ao ato de lecionar, formando gerações de iguaçuenses em diferentes estabelecimentos de ensino. Ao buscar a aposentadoria, precisou permanecer trabalhando por mais 18 anos.

“A educação é um ato de amor e carinho, é isso que nos mantém”, declarou a professora, pedindo valorização da docência. “Temos orgulho da profissão mesmo perdendo tantos direitos. Hoje sei que a idade não é o desastre, e sim um sinal de vida e luta”, enfatizou a professora Maria Odete, com palavras que refletem o comprometimento da categoria.

Educadores cobram valorização pelas décadas de dedicação ao ato de ensinar – Foto: Assessoria

A professora Lorena Herman Martins trabalhou por 40 anos em Serranópolis do Iguaçu, Medianeira e Foz do Iguaçu, tendo se aposentado há cinco. “A reforma da Previdência tem sido um desastre. Trabalhamos para, no futuro, poder ajudar nossos filhos, auxiliá-los em uma universidade. Porém a defasagem salarial e a inflação têm consumido todo nosso salário”, frisou.

Agenda contra direitos

Conselheira da Paraná Previdência, Vilma Terezinha de Souza Pinto falou sobre o impacto da reforma previdenciária para aposentados – Foto: Assessoria

Em seu diálogo com professores(as) e funcionários(as) de escolas aposentados(as) da base da APP-Sindicato/Foz, Vilma Terezinha de Souza Pinto afirmou que a reforma da Previdência foi uma medida dentro de um conjunto de iniciativas governamentais para retirar direitos. A conselheira relatou que a categoria confiou no “direito adquirido” previsto em lei, que foi atropelado pelo estado.

Ela lembrou a violência contra educadores(as) em 29 de abril de 2015, no Centro Cívico, quando a categoria tentava impedir o confisco do fundo de previdência pelo então governador Beto Richa. “Foi um ato contra a apropriação da previdência em que professores(as) foram massacrados na porta do Palácio Iguaçu, deixando mais de 200 feridos”, resgatou.

Em sua fala, elencou os pontos em que a reforma da Previdência afeta os(as) trabalhadores(as) e conclamou os(as) educadores(as) a participar das pautas e mobilizações coletivas. “Há uma agenda de retirada de direitos. Precisamos reagir, pois se o(a) aposentado(a) estiver atento garantirá o seu provento”, ressaltou.