Programação na fronteira contou com ato público e seminário internacional sobre a classe trabalhadora na América Latina.
O tom da mensagem durante o Dia Internacional dos(as) Trabalhadores(as) em Foz do Iguaçu foi de descontentamento, denúncia e de reafirmação da necessidade de mudança dos rumos do país governado por Jair Bolsonaro (PL). Trabalhadores(as) de várias categorias profissionais participaram de ato público nesse domingo, 1º, na Praça da Paz.
A programação, organizada por centrais sindicais, como Central Única dos Trabalhadores (CUT), sindicatos e entidades populares, também contou com um seminário sobre situação da classe trabalhadora na América Latina. Delegações da Argentina e do Paraguai integraram a mobilização na fronteira trinacional.
As centrais brasileiras condenaram a fome, o desemprego e a alta dos preços. “A decisão da mudança e de dias melhores está nas mãos do provo brasileiro, já que esse ano é ano de eleições. Bolsonaro e Ratinho Jr. já provaram que não têm nenhum compromisso com os(as) trabalhadores(as) e não podem seguir à frente do Brasil e do Paraná”, disse Marcio Kieller, presidente da CUT-PR.
“Bolsonaro está levando o país a um retrocesso sem precedentes em todas as áreas. Seu governo é marcado por denúncias de corrupção e privilégios”, frisou Janete Batista, presidenta da APP-Sindicato/Foz. “Essa conta está sendo paga pela população, com desemprego, perda de direitos, encarecimento do custo de vida e destruição dos serviços públicos”, apontou.
1º de maio unificado
Durante a agenda conjunta, representantes de sindicatos e de organizações do Paraguai revelaram pontos em comum das políticas de Marito – presidente paraguaio – e Bolsonaro. O modelo econômico que favorece grandes empresários e o capital é um deles, tendo a privatização como um dos instrumentos de transferência do patrimônio público para os bolsos de poderosos.
Sindicalistas e militantes sociais argentinos fizeram um resgate histórico para condenar a política neoliberal do ex-presidente Mauricio Macri, e contextualizar o momento de dificuldades encontradas pelo presidente Alberto Fernandez de realizar o projeto popular no país. Setores ligados ao latifúndio e ao mercado financeiro instrumentalizam sua força política para impedir avanços a favor da população, relataram.
Para Cícero Pereira da Silva, secretário de Política Social da Confederación Sindical de Trabajadores y Trabajadoras de las Américas (CSA), o ato conjunto no 1º de maio em Foz do Iguaçu foi uma demonstração de união. “Comemoramos a força do movimento sindical e a defesa de três pilares para garantir os direitos da classe trabalhadora: paz, democracia e justiça social”, disse.
“A união da América Latina é fundamental, até mesmo porque ainda que cada país tenha sua cultura, sua diversidade, os problemas são parecidos”, avaliou. “A classe trabalhadora enfrenta a exploração, retirada de direito trabalhistas, abuso do poder econômico, e a desigualdade social”, concluiu Cícero.