Deveria ser uma data de homenagem, reflexão e celebração, mas o Dia do(a) Professor(a) no Paraná é marcado pela luta da categoria para manter um direito conquistado há mais de trinta anos.
Educadores(as) de todo o estado fazem mobilização em frente ao Palácio Iguaçu, a sede do governo estadual, e na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP). Os(as) trabalhadores(as) tentam evitar a aprovação de projeto do governador Ratinho Junior (PSD) que acaba com a licença especial dos(as) servidores(as).
Anualmente, em 15 de outubro, as aulas são dispensadas em muitas escolas. Em outras, acontecem atividades especiais comemorativas. Mas no Paraná de Ratinho Junior e sua base de deputados(as) estaduais, o Dia do(a) Professor(a) obriga trabalhadores(as) a viajarem centenas de quilômetros para somar forças na defesa de direitos.
O governador não cumpriu sua promessa de campanha. No palanque eleitoral, dizia que educação seria prioridade em sua gestão. Como primeira medida depois de eleito, nomeou um empresário sem nenhuma experiência em escola pública e com visão privatista para conduzir a Secretaria da Educação.
Ratinho Junior deu sequência à agenda de ataques contra os(as) educadores(as) lançada por Beto Richa. Acabou com a data-base, manteve a redução ilegal da hora-atividade, anunciou o fechamento de escolas e criou procedimentos de controle do(a) educador(a) na escola e de burocratização da gestão escolar.
Ratinho Junior não convocou a eleição para diretor(a), que deveria acontecer este ano. Antes de prorrogar os mandatos por decreto, o governo tentou afastar a participação direta da comunidade escolar do processo de escolha do(a) dirigente das instituições de ensino.
Ratinho Junior também não cumpriu o acordo da última greve, quando se comprometeu a não levar adiante a proposta que extingue a licença especial dos(as) servidores(as).
Esse quadro de ataques e de precarização das condições do exercício da profissão, com o aumento da carga de trabalho, faz aumentar o adoecimento da categoria e eleva vertiginosamente o número de suicídios – em cinco anos, aumentou em 15 vezes o número de casos.
O que temos a comemorar neste Dia do(a) Professor(a)?
Esse contexto de ataques reforça a necessidade de organização a mobilização da categoria. É nas ruas e nas lutas que conseguimos defender a escola pública e os direitos dos(as) trabalhadores(as) da educação.