Por APP-Sindicato/Foz. Fotos: Marcos Labanca
Reunindo 1.500 participantes, a Marcha das Mulheres também exigiu a apuração sobre quem mandou executar a vereadora Marielle Franco.
Muitas vozes, um só objetivo: amplificar a luta das mulheres por igualdade de direitos. Nessa quinta-feira, 14, a Marcha das Mulheres em Foz do Iguaçu reuniu cerca de 1.500 participantes para combater a violência e o feminicídio, defender direitos sociais, trabalhistas e previdenciários.
Organizado por trinta coletivos e instituições iguaçuenses, a mobilização coincidiu com a data que completou um ano do assassinato da vereadora Marielle Franco, do Rio de Janeiro (RJ). A parlamentar foi homenageada pela marcha por sua trajetória e como forma de valorizar a luta diária de todas as mulheres.
Assim como em manifestações ontem por todo o país, a Marcha das Mulheres em Foz do Iguaçu cobrou das autoridades a identificação e a punição dos mandantes da execução da vereadora. Marielle Franco, no Brasil e no mundo, tornou-se ícone da luta por justiça e direitos humanos.
A APP-Sindicato/Foz foi uma das organizadoras da mobilização das mulheres no município. Na marcha, Cátia Castro, presidenta do Núcleo Sindical, denunciou as desigualdades entre homens e mulheres, os altos índices de violência contra as mulheres e as políticas dos governos que retiram direitos e atacam a educação.
“As mulheres são as maiores vítimas do desemprego, do trabalho precarizado e recebem menores salários ocupando as mesmas funções dos homens”, disse Cátia Castro. “A reforma trabalhista e as terceirizações agravaram ainda mais esse quadro. A reforma da Previdência de Jair Bolsonaro quer acabar com a aposentadoria das mulheres”, denunciou.
Castro condenou, ainda, as pautas que atingem as educadoras – que são maioria na educação – , como a Lei da Mordaça/Escola sem Partido. Também lembrou os altos índices de violência contra a mulher. “Em Foz, só neste ano, foram três feminicídios. Repudiamos os discursos e os projetos de determinados governantes que incentivam a violência.”
Mulheres empoderadas
Coordenadora do Centro de Referência em Atendimento à Mulher (CRAM), Kiara Heck disse que mobilizações como a Marcha das Mulheres contribuem para a conscientização da sociedade para o enfrentamento à violência doméstica e o feminicídio. O CRAM integra a organização da Marcha das Mulheres em Foz.
“A mobilização eleva a consciência coletiva para toda a sociedade combater a violência contra as mulheres”, frisou Kiara. “Notamos que as mulheres acompanhadas pelo CRAM se sentem mais encorajadas e acolhidas para o atendimento que abrange fortalecimento da autoestima, o desenvolvimento da autonomia e a emancipação”, explicou.
Jovens negras
Estudante do primeiro ano do Ensino Médio em escola pública, Gyulia Alves falou que a marcha é um momento de união das mulheres para a superação da violência e busca da igualdade. Ela enfatizou os problemas diários enfrentados pelas mulheres, especialmente as negras.
“O que me trouxe à marcha é a luta das mulheres jovens e negras para buscar os lugares que ainda precisamos conquistar, com igualdade de direitos e sem violência”, refletiu Gyulia. “O mundo não pode continuar sendo um lugar perigoso para as mulheres”, apontou a estudante de 16 anos.
O olhar do fotógrafo Marcos Labanca sobre a Marcha das Mulheres: