Categoria debateu a volta às aulas no contexto de um novo pico de transmissão de covid-19, distribuição de aulas, piso, remuneração e ataques de Ratinho Jr.
Em reunião ampliada, o Conselho Regional da APP-Sindicato/Foz debateu a volta às aulas no contexto de um novo pico de transmissão de covid-19, distribuição de aulas, piso, remuneração, ataques contra direitos da categoria e retrocessos na educação impostos pelo governo de Ratinho Junior (PSD). A plenária foi virtual, nessa quarta-feira, 2.
Conduzida pela presidente do Núcleo Sindical, Janete Batista, a reunião contou com dirigentes sindicais, professores(as) e funcionários(as) da base, representantes de municípios e do Secretário de Comunicação da Direção Estadual, Daniel Nascimento Matoso. O encontro foi preparatório à Assembleia Estadual, neste sábado, 5, às 8h30 (inscreva-se aqui).
Na reunião, foi avaliado que não há condições de segurança para a volta às aulas presenciais na próxima segunda-feira, 7, devido à ausência de investimento do governo em melhorias estruturais, falta de funcionários(as) e pela não exigência do comprovante vacinal. Para os(as) educadores(as), Ratinho Junior e Renato Feder põem a comunidade escolar em risco.
“Neste início de ano letivo, são muitos os desafios para nós, educadores(as), e também para a preservação da escola pública e gratuita no Paraná, frente aos interesses de privatização”, frisou Janete. “Precisamos seguir unidos(as) e sempre na luta. Com a semana pedagógica, a direção da APP-Sindicato/Foz percorrerá os colégios, ampliando o diálogo com a categoria”, declarou.
Distribuição de aulas
A plenária analisou que a distribuição de aulas feita pela Seed e Núcleo Regional de Educação foi um processo tumultuado e sem transparência. “Causou ansiedade da categoria pela falta de clareza nas resoluções, mudanças de datas e relatos de prejuízos a educadores(as) na partilha das aulas”, denunciou Janete Batista.
O sindicato recebeu diversas denúncias, incluindo reclamações de professores(as) PSSs que lecionam no Ensino Técnico. “O governo estadual decidiu privatizar essa modalidade de ensino, concedendo um contrato à Unicesumar, instituição privada, que custará caríssimo aos cofres públicos”, completou a presidente da APP-Sindicato/Foz.
O Governo do Paraná também está obrigando que professores(as) façam o curso de formação contínua, impondo como punição a perda da classificação na distribuição de aulas em 2023, caso o docente não realize a capacitação. “É mais uma arbitrariedade, um desmando”, sintetizou a professora Janete.
Não é aumento, é fake news
No debate sobre a nova tabela salarial para os(as) educadores(as) do Paraná, ficou esclarecido que não passou de fake news a alardeada política de “aumento de remuneração” da classe. O próprio governo precisou retirar do ar seu comunicado, que causou confusão e não condiz com a realidade.
Janete Batista lembrou que a mobilização evitou retrocessos ainda maiores, e que a base da APP-Sindicato/Foz deu sua importante contribuição nas mobilizações em Curitiba. A dirigente sindical destacou que o percentual da reposição aos(às) servidores(as) foi somente de 3%, muito longe da propaganda oficial da administração estadual, e que outros direitos foram retirados ou restringidos. A categoria segue com perdas salariais superiores a 30%.
PSS: ataques sem fim
Secretária de Política Sindical e Direitos Humanos da APP-Sindicato/Foz, Madalena Ames lembrou que durante anos os PSSs sofrem ataques e retiradas de direitos. “Depois de muita mobilização e luta judicial, houve uma vitória: em março, terá início a execução de pagamento, com o pedido de documentação, a favor dos professores(as) que trabalharam em 2017 e sofreram redução dos salários”, antecipou.
“Agora é mobilizar esse segmento, participar da assembleia estadual e das ações do Núcleo Sindical e dar força à petição pública dos(as) professores(as) de Ensino Técnico”, convocou Madalena. É uma mobilização em todo o estado contra a privatização e o acordo espúrio do governo com a Unicesumar, explicou. Clique para acessar a petição.
“Novo” Ensino Médio
O “novo” Ensino Médio, conhecido como “nem-nem” – não ensina para a vida nem para o mercado de trabalho – precisa ser debatido e combatido até a sua revogação, definiu a Reunião Ampliada do Conselho Regional. Trata-se de um modelo empresarial com vistas à futura de privatização da educação
O “novo” Ensino Médio retira disciplinas importantes na formação do(a) aluno, para a consciência crítica e a formação integral e universal. “É um projeto neoliberal e de maior precarização do trabalho, retirando horas. O(a) educador(as) termina as aulas da manhã e minutos depois, já terá que voltar à sala de aula, gerando cansaço, esgotamento e comprometendo a qualidade do ensino”, apontou Daniel Nascimento Matoso.