O documento pede a criação de demanda especial para que profissionais consideradas/os em “excesso” em suas respectivas escolas em Foz do Iguaçu e região. O coletivo pede, ainda, a suspensão da organização disciplinar em escolas polo.
Leia a íntegra do documento:
À Senhora
Silvana Garcia
Chefe do NRE/Foz do Iguaçu
O Coletivo de Pedagogas/os presente na reunião do Conselho Regional da APP-Sindicato/Foz, ocorrida dia 1º de fevereiro, na sede do Núcleo Sindical de Foz do Iguaçu, após debater amplamente a pauta da categoria e também a situação específica das educadoras/es pedagogas/es neste início de ano letivo, traz a Vossa Senhoria as seguintes solicitações:
1) Criação de uma demanda especial para manutenção de todas as/os pedagogas/os consideradas/os em “excesso” em suas respectivas escolas em Foz do Iguaçu e região;
Desde o último concurso para Pedagogos/as, a distribuição de aulas para este segmento tem sido bastante tumultuado no Núcleo Regional de Foz do Iguaçu, causando desgastes, frustração e desrespeito a essas/es profissionais.
Infelizmente essa forma como a SEED calcula o número de pedagogas/os por escola ou seja, o porte, tem se demonstrado uma ferramenta insuficiente para atender toda a demanda de trabalho pedagógico e burocrático exigido das equipes pedagógicas.
Outro problema é o período do ano que se faz a contagem do número de alunos/as para distribuir os cargos/funções de pedagogas/os.
Da forma que tem sido feito, as profissionais ficam reféns desta instabilidade: (um dia/mês uma escola, outro dia/mês outra escola, com pouca ou nenhuma condição de desempenhar um trabalho a longo prazo em um mesmo local, sem condição de dar continuidade nas ações pedagógicas estabelecidas com o coletivo da escola, e com reduzidas possiblidades de conhecer mais aprofundadamente a comunidade escolar, as suas dificuldades, e os desafios de cada local.
Todos nós educadores sabemos que o processo educativo de qualidade exige vínculo, exige conhecimento e reconhecimento dos sujeitos envolvidos, do local/comunidade, exige sequência das práticas pedagógicas. Esta indefinição do local de atuação das pedagogas (falta de lotação nas escolas, ou remanejamento por demanda em “excesso”) só
traz prejuízos ao processo pedagógico/educativo como um todo.
Consideradas estas ponderações acima, em nome do coletivo gostaríamos de poder dialogar mais com o NRE-Foz sobre essa situação, em busca de alternativas. Portanto, colocamo-nos à disposição para nos reunirmos e buscarmos encaminhamentos/soluções) ao longo do ano. No entanto, de imediato, considerando o anúncio do NRE de uma nova redistribuição em Foz, por várias pedagogas constarem em “excesso” nas demandas, solicitamos a criação de uma demanda especial, de maneira que estas pedagogas consideradas em excesso possam permanecer nas escolas que já estão, uma vez que já se organizaram para tal situação, e também já começaram a desenvolver o trabalho pedagógico nestas escolas (primeiros dias de formação e organização do início do ano letivo). Outra situação, que corrobora com este pedido é a oscilação no número de alunos /matrículas, podendo inclusive nos próximos meses, vir a aumentar, o que já modifica o porte novamente.
O aluno para o processo educacional não pode ser considerado apenas um número. Também temos nas escolas a situação dos afastamentos decorrentes de adoecimento, de aposentadoria, de licenças sem vencimentos, etc..que traz modificação ao quadro de pedagogas, portanto é inócuo fazer essas alterações neste momento.
2) Suspensão da organização disciplinar em escolas polo, prevista para o segundo dia de Estudo e Planejamento (04/02), e manutenção da formação dos educadores/as em seus respectivos colégios, com a finalidade de organização do início do ano letivo e recepção aos estudantes.
Esta solicitação se justifica pelas seguintes motivos expostos abaixo:
Nestes dois dias iniciais, nós pedagogos junto a equipe diretiva, precisamos estar em nossos respectivos estabelecimentos para as seguintes atividades:
a) conhecer os novos/as professores/as, debater e definir toda a organização do ano letivo (um dia é insuficiente para essa ação que é coletiva, considerando ainda, que muitas vezes também é necessário realizar reuniões específicas por segmentos ofertados na escola: (ensino fundamental, médio, profissionalizante);
b) Debater e construir o calendário de atividades da escola a partir do calendário escolar;
c) Elaboração e Organização de horário para os professores, distribuição de turmas/por salas, organizar a recepção aos estudantes;
d) Organizar a distribuição de material/livros didáticos;
e) Se apropriar coletivamente das mudanças curriculares e na organização dos planejamentos;
Consideramos ainda que foi desrespeitosa a convocação para os/as pedagogos/as interromperem suas férias: uma medida realizada de forma atropelada, sem debate com o segmento, sem aviso prévio, mais uma vez demonstrando a falta de planejamento e organização da SEED. Entendemos também que distribuir a tarefa para os pedagogos mediarem o encontro por disciplina, em cima da hora, sem propiciar as estes profissionais um tempo para leitura, estudo e aprofundamento do material, é inviável e certamente trará prejuízos para o conjunto da formação, e tira a possibilidade destes profissionais se reunirem com seus pares de segmento para debater as questões específicas de sua área de formação.
Não temos contrariedade à organizar formação disciplinar e por polos, mas acreditamos que não é apropriado neste momento do ano letivo, pois conforme indicamos acima, há necessidade de estarmos em nossos estabelecimentos pensando a organização da escola para melhor atingir as finalidades que constam em nosso projeto político pedagógico, plano de ação, etc.
Solicitamos um breve retorno das questões apresentadas, para melhor nos organizarmos.
Atenciosamente,
Coletivo de Pedagogas/os da APP-Sindicato Foz do Iguaçu