Aulas em quatro turmas estão suspensas por dez dias; no Paraná, foram mais de 1,9 mil casos em uma semana.
O Colégio Estadual Arnaldo Busatto, que fica na região de Três Lagoas, em Foz do Iguaçu, voltou a registrar casos de covid-19 na comunidade escolar. Uma professora e um aluno da instituição receberam diagnóstico positivo, provocando a suspensão de aulas presenciais por dez dias para quatro turmas, todas do Ensino Fundamental, frequentadas por adolescentes com idades entre 11 e 14 anos.
Na primeira quinzena de agosto, o estabelecimento de ensino obrigou-se a suspender turmas do Ensino Médio noturno, depois que uma professora contraiu a infecção pelo novo coronavírus. Antes disso, a escola já havia registrado casos de covid-19 em dois estudantes e mais dois agentes educacionais, a partir do retorno às aulas presenciais, em maio.
As ocorrências recentes de covid-19 no colégio se deram depois que o Governo do Paraná determinou a redução do distanciamento entre as carteiras, para aumentar o número de alunos(as) em sala de aula. É uma imposição que contraria a principal regra de prevenção sanitária, que é justamente a manutenção de distância entre as pessoas.
Mesmo nessas circunstâncias de contaminação na escola, professores das turmas que foram dispensadas precisam comparecer ao colégio para o trabalho. As aulas são ministradas de forma on-line para os estudantes, a partir da instituição.
O Arnaldo Busatto é o colégio com o maior número de alunos(as) entre as 66 instituições da rede estadual dos nove municípios de abrangência do Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu (NRE). São mais de dois mil estudantes matriculados, o que potencializa o risco de contaminação pelo novo coronavírus, considerando o aumento do número de jovens em sala e a falta de investimentos pelo governo em infraestrutura e fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs).
A APP-Sindicato/Foz segue denunciando que não há segurança nas escolas para as aulas presenciais determinadas pela administração estadual de Ratinho Junior. A imunização com duas doses de vacina contra a covid-19 está longe de alcançar toda a população e sequer há previsão para ser ofertada a adolescentes e jovens do estado. Além disso, as novas variantes são uma grande preocupação das autoridades sanitárias.
Apenas na semana passada, houve 1,9 mil casos positivos do novo coronavírus entre estudantes, professores(as) e funcionários(as), de acordo com o levantamento divulgado pelo próprio governo. Esse número pode ser ainda mais elevado, devido à subnotificação.
O total de pessoas contaminadas e que estavam frequentando as aulas presenciais, que já é alto, revela outro problema: nem a Secretaria de Estado da Educação (Seed) nem a área de saúde do estado oferecem informações sobre o rastreamento dos contatos de alunos(as) e educadores(as) infectados(as). Com isso, não é possível dimensionar a ampliação da doença a partir dos casos confirmados na comunidade escolar.
São 17 os estabelecimentos de ensino do NRE/Foz que registraram casos de covid-19 na comunidade escolar (alguns, mais de uma ocorrência), desde maio, sendo 11 deles em Foz do Iguaçu:
– Foz do Iguaçu: Arnaldo Busatto, Ayrton Senna da Silva, Barão do Rio Branco, Castelo Branco, Costa e Silva, Dom Pedro II, Flávio Warken, Gustavo Dobrandino da Silva, Jorge Schimmelpfeng, Pioneiros e Três Fronteiras;
– Santa Terezinha de Itaipu: Dom Manoel Konner e Angelo Antonio Benedet;
– São Miguel do Iguaçu: Dom Pedro II;
– Medianeira: Naira Fellini (mais uma escola teve caso confirmado na cidade, mas o nome não é divulgado, a pedido da educadora); e
– Missal: Padre Eduardo Michelis.