O artigo trata das relações entre a fase atual do capitalismo, ainda em configuração, denominada Acumulação Flexível e a articulação do Terceiro Setor em educação, especificamente, sobre as Organizações não-governamentais (ONG’s) que atuam na área da educação como mecanismos atenuadores das tensões sociais produzidas nesse contexto político e econômico. Isso ocorre na medida em que esses mecanismos complementam ou compensam a educação pública apontando como falho e ineficaz o serviço público e legitimando ideologicamente a intervenção privada na educação. Pretende-se nesse estudo traçar, nos limites de um artigo, alguns fenômenos dessa fase de reestruturação do modo de produção capitalista determinantes para a articulação do Terceiro Setor justificando seu caráter atenuador. Construído com o apoio das discussões produzidas pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Fundamentos Históricos da Filosofia e da Educação (GEFHE) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – campus Foz do Iguaçu, e com a pesquisa teórica e conceitual apoiada em autores que tratam dessa fase atual do capitalismo relacionando-a com a reorganização do trabalho e com a educação. Feitas, ao longo do texto, as relações entre a fase atual do capitalismo e o Terceiro Setor em educação, pode-se argumentar ainda que as intervenções de ONG’s na educação pública não ocorrem de forma passiva. Há um conjunto de críticas sendo formado não somente pela academia como também por uma parcela significativa da sociedade que acompanha as informações dadas pelos veículos de comunicação quando tratam de investigações fiscais de ONG’s a serviço da corrupção. Conjunto de críticas que possibilitam reforçar os movimentos em defesa da educação pública.
Simpósio Nacional de Educação XX Semana da Pedagogia
11, 12 e 13 de novembro de 2008 – Unioeste – Cascavel (PR)
Mirian Mayumi Takahashi
Palavras-chave: Educação pública; Acumulação Flexível; Terceiro Setor e Organizações não-governamentais.