Data terá mobilização contra plataformas digitais, com a desligada das máquinas nas escolas; protesto cobra fim do desconto de aposentados(as) e salário decente para funcionários(as).
Com ato público no Centro Cívico, em Curitiba, educadores(as) relembram a violência sofrida em 30 de agosto de 1988, por ordem de Alvaro Dias, e denunciam os ataques que continuam com Ratinho Junior (PSD). Em cada escola, haverá a mobilização Plataforma Zero.
O movimento da educação na data histórica irá reunir professores(as) e agentes de todas as regiões do estado. A categoria exige a retirada do desconto previdenciário imposto aos(às) aposentados(as) sem paridade e a reformulação da tabela salarial dos(as) funcionários(as) de escola.
O massacre contra os(as) educadores(as) apenas mudou de forma ao longo dos anos. Ratinho Junior promove o desmonte da escola pública no Paraná, com a precarização do trabalho, terceirização, privatização e retirada de direitos conquistados. O calote salarial chega a quase 40% de defasagem.
A desvalorização dos(as) trabalhadores(as) da educação inclui a falta de concurso público para completar o quadro necessário. Há uma defasagem de mais de 20 mil professores(as), sendo que o governo, depois de anos, teve a audácia de realizar uma seleção para apenas mil profissionais.
Em cada escola
Em pesquisa da APP-Sindicato com o Instituto de Pesquisa de Opinião (IPO), 72% dos(as) educadores(as) afirmam que suas escolas não têm equipamentos em quantidade suficiente para atender às metas de uso estabelecidas pela Secretaria de Estado da Educação.
Boa parte das salas de aula é lotada, com 40 alunos(as) dividindo 20 computadores, a metade do necessário. Além disso, 70,7% dos(as) educadores(as) dizem que a qualidade da conexão e de acesso é de má qualidade.
A pesquisa também apontou, além da falta de estrutura das escolas, a sobrecarga e o adoecimento da categoria. Educadores(as) trabalham sob ameaças para o cumprimento de metas impostas pelo governo.
“É por isso que, neste dia histórico de luto e luta, convocamos a categoria a mobilizar-se em cada escola, deixando de utilizar a plataforma, que é um mecanismo de controle sobre nós”, expõe a presidente da APP-Sindicato/Foz, Janete Batista. “O 30 de Agosto será nas ruas e nas escolas”, completa.
“O governo precisa entender que o modelo apresentado por ele produz impactos negativos na saúde física e mental”, completa. “Principalmente, porque nem os(as) alunos(as) nem os(as) educadores(as) conseguem cumprir as metas exigidas”, frisa Janete.
A APP reitera ser a favor de recursos tecnológicos aplicados na educação. “Somos contra a centralidade que eles tomaram e seu uso obrigatório como forma de pressão e controle”, reforça Janete Batista.
As plataformas precisam ter a finalidade de facilitar a atuação do(a) educador(a), auxiliando o trabalho pedagógico, contribuindo com o processo de humanização, com autonomia do seu uso pelos(as) educadores(as). Hoje, Ratinho Junior faz a substituição do papel dos(as) educadores(as) pelas máquinas.
Jornada de luta
O 30 de Agosto integra a jornada de lutas aprovada pela assembleia estadual da APP. Unidos e mobilizados, educadores(as) marcharão para relembrar, reivindicar e denunciar.
Ações no dia 30 de agosto
– Marcha em defesa da educação, com as seguintes reivindicações:
- Plataforma Zero – Desligue as máquinas, em todas as escolas com a não utilização dessas ferramentas que hoje representam uma das formas de violência pela coação e de adoecimento por causa da pressão unicamente por resultados questionáveis.
- Retirada do desconto previdenciário.
- Reajuste de 13,25% para os aposentados.
- Denúncia contra as atuais violências do governo estadual sobre a educação e os(as) educadores(as).
- Valorização e reformulação da tabela salarial dos(as) funcionários(as) de escola.
– Ato de representação em Curitiba, na ALEP e SEAP.
– Mobilização e campanha nas redes sociais com as hashtags #30deAgostoNuncaMais e #PlataformasZero.
