A categoria participou de reunião ampliada do Conselho Regional da APP-Sindicato/Foz.
Professores(as) e funcionários(as) de escolas da rede estadual de educação enfrentam o seu maior desafio: sobreviver. A medida irresponsável de Ratinho Junior e Renato Feder de reabrir escolas para aulas presenciais está matando educadores(as).
A responsabilidade da chefe do Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu (NRE), Silvana Garcia, também precisa ser evidenciada, por ela ser a fiel executora dessa política genocida. A representante do Governo Ratinho Junior na região sequer compareceu à audiência pública da Câmara de Vereadores para debater as implicações do retorno às aulas presenciais.
Em reunião ampliada do Conselho Regional da APP-Sindicato/Foz, sábado, 19, a categoria reforçou a necessidade de seguir a luta em defesa da vida e contra as atividades em sala de aula. Juntamente com a greve pela vida, o sindicato enviará um formulário às comissões de biossegurança para elencar as condições estruturais e de pessoal em cada instituição.
Foz chega a mil mortes por covid-19
Nesta terça-feira, 22, Foz do Iguaçu atingiu a trágica marca de 1.000 mortes por covid-19. A cidade é a mais letal em número de óbitos por 100 mil habitantes entre os maiores municípios paranaenses. O Hospital Municipal está há mais de um mês com 100% de ocupação de UTI e a média móvel de casos gira em torno de 100 ocorrências por dia.
Em audiência pública na Câmara de Vereadores, nessa segunda-feira, 21, o cientista Lucas Ferrante denunciou a gestão municipal de Foz do Iguaçu por autorizar a volta às aulas nas redes estadual e municipal sem o controle da pandemia e sem documento técnico para embasar a decisão. “Isso é um caso criminal, inclusive podendo resultar em afastamento do prefeito”, disse o pesquisador.
Conforme Lucas, há consenso na comunidade científica internacional de que não é possível reabrir escolas em cidades com transmissão comunitária do novo coronavírus. Em Foz do Iguaçu, 85% dos diagnósticos de covid-19 decorrem de infecção comunitária, ou seja, em que não é possível determinar o ambiente da transmissão.
Para o cientista, retomar às aulas presencialmente em Foz do Iguaçu vai acelerar o número de casos e de mortes pela doença, bem como de provocar o colapso do sistema de saúde. Ele reforçou não existir protocolo seguro para a volta às aulas presenciais.
O epidemiologista disse que a prefeitura usa um cenário fictício para justificar o retorno, que só deve ocorrer com vacinação em massa, com a segunda dose para grande parte da população – entre 85% e 95%. “É necessário lockdown de 21 dias para impedir o aumento do colapso hospitalar, de óbitos e pessoas com sequelas”, alertou.