Com pedidos de fora Silvana Garcia e Renato Feder, educadores(as) protestam no NRE de Foz

“Mudou o governador, a violência só aumentou”, denuncia a categoria – Foto: APP-Sindicato/Foz

Esgotada pelo excesso de trabalho e sob pressão da Seed, categoria cobra direitos e denuncia desmonte da escola pública.

Exauridos pela sobrecarga de trabalho, sob pressão da Secretaria de Educação (Seed) e atacados por hordas reacionárias nas redes sociais, educadores(as) mostrou força ao protestar nesta quinta-feira, 29. A data marca os seis anos do massacre comandado pelo ex-governador Beto Richa, no Centro Cívico, em Curitiba (PR).

Além do excesso laboral devido às aulas remotas, a categoria denuncia a demissão de 9,7 mil agentes educacionais PSSs. O fechamento de turmas, os calotes da reposição da data-base, progressões e promoções, a falta de concurso público e a militarização de escolas também foram pautas do movimento.

Durante a manifestação em Foz do Iguaçu, às portas do Núcleo Regional de Educação (NRE), professores(as) e funcionários(as) questionaram a condução autoritária do órgão, que destituiu diretores(as) de escolas eleitos pela comunidade e quer fechar três unidades de unidades de CEEBJA em Matelândia, Medianeira e São Miguel do Iguaçu.

Professores(as) e funcionários(as) permaneceram na frente do NRE – Foto: APP-Sindicato/Foz

As denúncias foram acompanhadas de coros por “fora Silvana Garcia” e “fora Feder”, a chefe do NRE de Foz e o secretário-empresário da Educação.  “O órgão educacional deveria trabalhar para abrir escolas, garantir o acesso e a permanência de estudantes e melhorar as condições de trabalho dos educadores(as). A chefia do órgão age exatamente ao contrário”, frisou o presidente da APP-Sindicato/Foz, Diego Valdez.

Servidores(as) denunciam o excesso de atividades com as aulas remotas. Professores(as) trabalham nos três períodos do dia – manhã, tarde e noite – nas classes on-line ou no atendimento individualizado a alunos(as). Nos fins de semana, preparam provas e trabalhos, e corrigem atividades impressas dos estudantes sem acesso à internet.

Demissão de 9,7 mil funcionários(as)

O Governo do Estado pretende dispensar 9,7 mil agentes educacionais com contratos temporários neste fim de abril. Isso porque a gestão estadual instituiu a terceirização para funções de funcionários(as), a fim de substituí-los por  empresas, disse o presidente da APP-Sindicato/Foz, Diego Valdez, durante o ato público no NRE.

“Mulheres com mais de 50 anos são a maioria das pessoas que serão desempregadas. Elas terão imensa dificuldade de conseguir novo trabalho.”

“Mulheres com mais de 50 anos são a maioria das pessoas que serão desempregadas. Elas terão imensa dificuldade de conseguir novo trabalho, ainda mais neste período de pandemia e crise”, cobrou Diego. “É uma medida injustificável, pois as escolas têm falta de agentes educacionais, que são responsáveis pela merenda, limpeza, biblioteca, secretaria, entre outros serviços”, frisou.

Tentativa de fechamento de CEEBJAs pela chefe do NRE foi denunciada durante o ato – Foto: APP-Sindicato/Foz

Desmonte e desumanidade

A diretora da APP-Sindicato/Foz, Cátia Castro, afirmou à categoria que o Governo Ratinho Junior, a Seed e o NRE não têm compromisso com a qualidade do ensino e nem preocupação com a realidade dos estudantes e suas famílias. Para a pedagoga, esses órgãos são movidos pela busca de índices sem qualquer serventia para os alunos(as).

“É uma falta de humanidade com adolescentes e jovens. Muitos deles(as) estão enfrentando situação de violência em casa, desemprego na família e até mesmo passando fome, ou perderam um ente querido para a covid-19”, elencou. “Mas nada disso importa para o governo, desde que a câmera do estudante esteja ligada e o professor conectado ao Meet, para a Seed fazer a sua propaganda”, disse.

“Silvana Garcia será lembrada por fechar escolas e destituir diretores(as) eleitos pela comunidade.”

A dirigente sindical reforçou que a chefe do NRE de Foz do Iguaçu não tem qualquer condição de permanência no cargo que ocupa. “Ela fez a opção pelo lado errado da história. Como uma professora pode querer fechar escolas, com tamanha demanda nas comunidades populares? Com tanto jovem, adulto e idoso precisando voltar para a escola? Será lembrada por fechar escolas e destituir diretores(as)”, refletiu Cátia Castro.

Memória

Em 29 de abril de 2015, educadores em greve, acampados em frente à sede do Governo do Paraná, foram duramente reprimidos pela polícia, resultando em cerca de 400 profissionais da educação feridos. A categoria reivindicava a manutenção do fundo para aposentadoria, formado pela contribuição financeira de servidores.

Ato público no NRE de Foz do Iguaçu