Educadores(as) reforçam o pedido de “Fora Feder” e sua gestão privatista à frente da Seed.
Ao assumir o Governo do Paraná, Ratinho Junior (PSD) chancelou Renato Feder como um conhecedor da educação. Nada mais mentiroso! Seu currículo resumia-se a ter sido o empresário que ficou rico vendendo informática importada da China, de cartuchos a outras quinquilharias. Jamais havia pisado no chão de uma escola.
Em pouco mais de dois anos à frente da Secretaria de Estado da Educação (Seed), aconteceu o previsto. Feder é um dos piores secretários da história do órgão, já tendo causado danos profundos ao sistema público de ensino e inúmeros ataques contra professores(as) e funcionários(as) de escolas.
Devido a seus limitadores intelectuais, Renato Feder não reúne condição para refletir acerca da complexidade da escola pública e do processo ensino-aprendizagem. Como efeito, suas posições são meramente intuitivas e simplistas, as quais resultam em decisões equivocadas e que beiram o risível.
Por seu viés político, o dublê de secretário combate o papel social da escola pública e rechaça a função da educação na construção do conhecimento transformador, capaz de formar sujeitos sociais autônomos e emancipados. Por isso, a Seed virou um laboratório de formulação e aplicação de políticas privatistas, neoliberais.
Os reflexos desse pensamento, que tem recorte de classe social, são muitos. O principal deles é o aprofundamento de um modelo de educação que exclui os mais pobres – ensino a distância, índices, meritocracia etc. – e que visa a formar adolescentes e jovens, os filhos(as) dos(as) trabalhadores(as), apenas para suprir o mercado de mão de obra barata.
Na escola pública de Renato Feder e Ratinho Junior, que é para os pobres, não é necessário pensar, criar, imaginar ou beber na fonte inesgotável da cultura universal.
Na escola pública de Renato Feder e Ratinho Junior, que é para os pobres, não é necessário pensar, criar, imaginar ou beber na fonte inesgotável da cultura universal. Decreta-se o corte de aulas de Espanhol, Artes, Sociologia e Filosofia, por exemplo, para pôr no lugar conteúdos do agrado do meio empresarial.
Enxergando a escola como um negócio altamente lucrativo, Renato Feder acelerou as terceirizações, substituindo trabalhadores(as) por empresas. Nada menos do que dez mil agentes educacionais estão na lista para perder o emprego, ainda em abril, em plena pandemia.
Para o empresário, educadores(as) não são formadores(as) de pessoas, são peças de uma engrenagem: números. Por isso, elevou o desemprego na categoria, via PSS, ofertando menos vagas e instituindo uma prova punitiva e excludente. Retirou direitos dos concursados, como promoções, progressões e reposição da inflação.
Professores(as) e funcionários(as) são duramente atacados por Renato Feder. Seus direitos históricos, conquistados com lutas, são retirados sumariamente. Considerados(as) adversários(as) pela Seed, os(as) educadores(as) não encontram qualquer espaço de diálogo para suas pautas, sejam elas trabalhistas ou educacionais.
Renato Feder está transformando a docência, carreira relacionada à construção de um mundo melhor, baseado no saber, no diálogo, na solidariedade e na pluralidade, em uma atividade pouco ou nada atraente para os que almejam trabalhar em sala de aula. O discurso governista alimenta o ódio contra a categoria, que sofre ataques brutais de uma horda negacionista nas redes sociais.
No Paraná, o vendedor de informática se alçou à condição de mercador da educação pública, sob ordens diretas de Ratinho Junior.
No Paraná, o vendedor de bugigangas de informática se alçou à condição de mercador da educação pública, sob ordens diretas de Ratinho Junior. Impôs um sistema de aulas remotas fraudulento, que não funciona nem oferece aprendizagem, desmascarado pelo alto índice de evasão e reprovado por educadores(as), pais, mães e alunos(as).
Se a “EaD” de Renato Feder não serve à comunidade escolar, foi muito bem recebida pelos amigos do governo. Contratos sem licitação garantem somas milionárias a grupos empresariais. Operadoras de telefonia e veículos de tevê aberta, entre outros setores, lucram enquanto muitos estudantes nem mesmo têm internet para tentar acessar conteúdos.
É papel de cada professor(a) e funcionário(a) denunciar, em todos os ambientes educacionais, o modelo nefasto de ensino imposto pelo secretário-empresário. Renato Feder é sinônimo de caos e destruição da escola pública. O burocrata, entretanto, não pedirá para deixar o seu cargo. É necessário apeá-lo da função com organização e mobilização permanente.