Manifestação na Vila C, nesta quarta. Conselho Escolar cobra respeito aos(às) profissionais. Pais e mães de alunos(as) fazem carta ao NRE. Colégios lançam abaixo-assinados eletrônicos.
Pais, mães, alunos(as) e educadores(as) de escolas da rede estadual em Foz do Iguaçu e região iniciaram campanhas para defender o mandato de diretores(as) eleitos(as). As ações são contra a destituição desses profissionais para a nomeação de interventores nas escolas por critério da chefia do Núcleo Regional de Educação (NRE).
As atividades são realizadas de muitas formas, com reuniões de pais e mães de alunos(as), abaixo-assinados eletrônicos, manifestações e posicionamento de conselhos, que são as instâncias máximas de decisão nas instituições de ensino. Além das mobilizações, a APP-Sindicato/Foz oferece assistência jurídica às diretorias escolares.
Em Foz do Iguaçu, pais, mães, alunos(as), professores(as), equipes pedagógicas e a direção de quatro escolas já lançaram abaixo-assinados virtuais para a adesão da comunidade pela manutenção de seus diretores(as). Os colégios são Almiro Sartori, Ayrton Senna da Silva, Gustavo Dobrandino da Silva e Jorge Schimmelpfeng.
O texto unificado repudia as destituições e afirma que essas medidas são arbitrárias. “A comunidade escolar, através deste abaixo-assinado, demonstra repúdio à ação arbitrária da chefe do Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu que destituiu diretores(as) eleitos(as) pela comunidade, alegando inveridicamente o descumprimento de suas atribuições”, frisa o documento.
Protesto na Vila C
A comunidade do Colégio Professor Flávio Warken, na Vila C, realizará manifestação nesta quarta-feira, 23, às 10h, em frente à escola. Na ocasião, será coletada assinatura para uma carta de repúdio e de permanência da atual direção, mediante a apresentação de documento de identidade. O ato público seguirá as normas sanitárias vigentes.
Conselho Escolar
O Conselho Escolar do Colégio Gustavo Dobrandino da Silva está distribuindo nota pública para “denunciar veementemente” a destituição de seus diretores(as) eleitos(as). A entidade afirma tratar-se de ato arbitrário, sem critérios e que não permite defesa nem o registro das argumentações dos profissionais despojados dos cargos.
O documento ressalta que os membros do conselho acompanharam a reunião de destituição da direção escolar e atestaram a “falta de respeito com toda a comunidade escolar”. O texto salienta que a medida do NRE de Foz do Iguaçu e do governo estadual contraria a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
Carta de pais e mães
Pais, mães, estudantes e educadores(as) do Colégio Jorge Schimmelpfeng realizaram reunião on-line nessa segunda-feira, 21, e decidiram manifestar-se pela permanência da direção. Além do abaixo-assinado digital, foi elaborada e firmada uma carta, que será protocolada no NRE iguaçuense.
Também repudiando os afastamentos feitos pelo órgão educacional, a comunidade escolar “reivindica a revogação das destituições dos cargos diretivos, possibilitando a prorrogação dos mandatos da atual gestão”, requer o documento.
Outras ações
As comunidades escolares de outros estabelecimentos de ensino farão reuniões para definir formas de mobilização para impedir a nomeação de interventores. O objetivo é assegurar a prorrogação do mandato de diretores(as) eleitos(as).
Entenda o caso
Com a suspensão da consulta para a escolha de direções escolares, por causa da pandemia, a Seed atribuiu aos NREs a decisão sobre a prorrogação ou não das gestões escolares. A categoria denuncia que esse procedimento está ocorrendo por conveniência política, sem critérios nem transparência.
“Essa atitude ilegal enterra a gestão democrática e torna os ambientes de trabalho insustentáveis, caso alguém aceite ser nomeado interventor”, aponta o diretor da APP-Sindicato/Foz, Silvio Borges. “Enfatizamos a importância das ações conjuntas das comunidades escolares para defender que suas decisões democráticas sejam respeitadas”, completa.
Protesto no NRE
Após protesto em frente ao NRE de Foz do Iguaçu, nessa segunda-feira, educadores(as) conseguiram obter a suspensão das reuniões convocadas pelo órgão para destituições que estavam sendo lançadas em atas com informações inverídicas. Sem buscar qualquer diálogo para resolver o impasse, o núcleo educacional voltou a chamar diretores individualmente.