Mesmo antes das carreatas de empresários descomprometidos com a saúde pública pedindo o fim do isolamento social horizontal, o “Manifesto em favor da vida, do SUS e dos serviço públicos”, elaborado pelo Fórum das Entidades Sindicais, já previa a pressão do capital contra as medidas sanitárias de proteção aos trabalhadores.
O lançamento do documento (na sexta-feira, 27 de março) coincidiu com a movimentação de setores alinhados ao discurso genocida de Bolsonaro, mas o Manifesto havia sido elaborado dias antes e anunciava que “ …muitos empresários e seus representantes políticos pressionarão para que as atividades econômicas sejam retomadas mesmo que ao custo de milhares ou milhões de vidas”.
Essa previsão partiu de uma constatação histórica analisando o sistema econômico vigente no país. “O capitalismo é um sistema em que as atividades econômicas primordiais são fundadas na exploração do trabalho pelo capital e orientadas pelo lucro. Portanto, essa sujeição dos interesses do capital às imediatas demandas de isolamento social para a manutenção da vida tende a sofrer forte oposição”.
Para além da análise precisa, o Manifesto alerta sobre problemas ainda maiores. “Com a prolongação da quarentena, as pressões virão de todos os lados, de todos os setores. Por isso, estarmos atentos e ampliarmos a nossa organização (dos trabalhadores em defesa da vida) é tão fundamental”.
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