Sindicatos e entidades estudantis organizam greve em Foz na próxima quarta

Movimento tem como pauta a defesa do serviço público, geração de empregos e valorização da educação pública. 

Sindicatos, movimentos sociais e entidades estudantis de Foz do Iguaçu organizam paralisação, na próxima quarta-feira, 18, integrando a agenda da greve nacional convocada por centrais e confederações de trabalhadores. Na cidade, o movimento – coordenado pela Unidade Sindical e Popular – se concentrará em frente ao Boque Guarani, às 16h.

A mobilização vem sendo preparada desde o início deste ano. A preservação do serviço público e a garantia de direitos sociais e trabalhistas estão entre as principais pautas da greve. Geração de emprego, educação pública e democracia também fazem parte das reivindicações.

Concentração do movimento será no Bosque Guarani, a partir das 16h – foto Marcos Labanca/Arquivo

Em assembleia, categorias profissionais das redes municipal e estadual de educação (escolas e centros de educação infantil), da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) e da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) aprovaram a participação na paralisação. Sindicatos de trabalhadores do setor privado e estudantes compõem o movimento.

De acordo com o presidente da APP-Sindicato/Foz, Diego Valdez, o governo federal pretende novamente mudar a Constituição Federal para reduzir salários de servidores públicos, acabar com fundos e congelar reposições salariais. “Essa anunciada reforma administrativa é contra os servidores e os serviços públicos para a população”, enfatiza.

Trabalhadores(as) pagam pela crise que o governo não resolve, frisa Diego Valdez – foto Assessoria

Conforme o integrante da Unidade Sindical e Popular, moradores de bairros populares de Foz do Iguaçu e trabalhadores do setor informal estão sendo convocados para a greve. “Em tempos de crise, dólar alto e ataque ao orçamento da área social, quem mais sofre é a população de renda menor”, aponta Diego.

Educação como prioridade

Cumprimento da lei nacional do piso salarial no Paraná, garantia para que nenhum funcionário de escola receba menos do que o salário mínimo regional, perícia decente e melhorias da saúde do servidor estão entre as pautas estaduais. Somam-se a elas a defesa do emprego de professores temporários (PSSs) e a abertura de concurso público.

A educação ocupa parte importante da agenda da mobilização na próxima quarta-feira, dia 18 de março. Orçamento para universidades públicas investirem em ensino, pesquisa e extensão, assim como o respeito à autonomia universitária, são algumas demandas das instituições de ensino superior.

A aprovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) como permanente, prevendo mais recursos, também está entre os temas da paralisação. Se o fundo não for mantido e não tiver garantido o devido orçamento, a rede básica de ensino não terá condições de financiamento já no próximo ano.

Paralisação em Foz do Iguaçu integra a greve nacional convocada por centrais – foto Divulgação

Emprego

O Brasil tem 11,9 milhões de trabalhadores desempregados, segundo estimativas oficiais. As chamadas reformas da legislação trabalhista e da Previdência não geraram emprego nem fizeram o país crescer, como foi prometido, afirma Valdez. Inúmeras famílias encontram no trabalho informal ou precarizado a forma de sobrevivência.

“Os cortes no orçamento são sucessivos para o governo favorecer pagamento da dívida pública aos bancos. A economia não cresce, não há geração de emprego, e o consumo cai, amplificando ainda mais a crise”, reflete Diego Valdez. “O país está em uma roda viva, mas quem é gravemente atingido são os trabalhadores e os desempregados.”