Em mais um ato autoritário contra a educação pública brasileira, Jair Bolsonaro nomeou o interventor Marcelo Recktenvald para reitor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), instituição multicampi que integra Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Recktenvald perdeu a eleição em que a comunidade acadêmica elegeu outro nome para o principal cargo da instituição de ensino.
Contrários ao ataque direito contra a autonomia universitária, garantida na Constituição Federal, estatutos e outras normativas da universidade, desde sexta-feira, 30, estudantes ocupam a reitoria, que fica na cidade de Chapecó (SC), e o campus de Cerro Largo (RS). A mobilização universitária ganha força. Nesta segunda-feira, 2, professores(as) fazem assembleia para deliberar sobre como resistir à intervenção.
Em nota, estudantes do curso de Pedagogia da UFFS, do campus de Laranjeiras do Sul (PR), se manifestaram contrários à nomeação do interventor Marcelo Recktenvald. “Este senhor concorreu com mais três candidatos nas eleições, ficando em terceiro lugar na votação geral de todos os seis campi da UFFS. Sendo assim, consideramos a nomeação mais uma das medidas antidemocráticas do atual governo”, enfatiza a nota.
A comunidade acadêmica descreve Recktenvald como oportunista, daqueles que “saltam de galho em galho” e buscam sempre ser governo. Hoje, o interventor é um neo-bolsonarista. No Facebook, alinha-se à retórica grosseira e ignorante do “presidente-mito”. Sobre os crimes ambientais na Amazônia, por exemplo, ele apontou recentemente: “A Amazônia é só a cortina de fumaça. Só não vê quem não quer. Que Deus abençoe o nosso presidente!”, tascou.
A APP-Sindicato/Foz considera que a intervenção de Jair Bolsonaro na UFFS insere-se no contexto de ataques contra a educação pública, gratuita e de qualidade. O governo pretende retirar direitos dos(as) educadores(as), suprimir o debate plural, democrático e crítico, e avançar com a agenda de privatização.
A APP-Sindicato/Foz é solidária à luta de estudantes, professores(as) e técnicos da UFFS em defesa da democracia, da autonomia universitária e da liberdade de pensamento.