A APP demonstrou que não tem qualquer fundamento a interpretação de que o piso se aplica a ingresso de nível superior
O vice-governador e secretário estadual de Educação, Flávio Arns, recebeu uma comissão de negociação da APP-Sindicato no início da tarde desta quinta-feira (15) para uma reunião no Palácio Iguaçu, em que admitiu que uma nova interpretação do governo sobre a Lei do Piso, segundo a qual o Paraná já estaria pagando o valor reajustado para o magistério – como divulgado em nota -, pode ser revista. A APP, com base na Lei do Piso, demonstrou o completo equívoco da interpretação, e o governo não sustentou em mesa qualquer embasamento jurídico para sua posição, que contraria até mesmo o que ele próprio vinha praticando no ano passado.
O recuo foi um grande êxito da mobilização de mais de sete mil educadores, que marcharam hoje pelo Centro de Curitiba rumo ao Palácio Iguaçu, segundo a professora Marlei Fernandes de Carvalho, presidenta da APP-Sindicato. O tema do piso ocupou a maior parte da reunião, na qual a APP reivindicou também uma solução para a questão da hora-atividade, o que deve ser apresentado numa nova reunião agendada para o dia 27 de março, um momento decisivo, no qual os educadores tomarão conhecimento da proposta do governo sobre os temas-chave da nossa pauta. Neste dia, a direção da APP vai debater também as alterações no plano de carreira dos funcionários e um novo processo de oferta do cargo de 40 horas. As propostas do governo serão levadas para a apreciação da assembleia, no dia 31, em Curitiba.
Além da presidenta, participaram pela APP os secretários Miguel Baez (Finanças), Elizamara Goulart de Araújo (Gênero e Igualdade Racial), Edilson de Paula (Municipais), Izabel Catarina Zöllner (Política Sindical), Luiz Carlos Paixão da Rocha (Imprensa e Divulgação) e José Valdivino de Moraes (Funcionários), além do deputado Professor Lemos (PT). Pela secretaria, além de Arns integraram as discussões o diretor geral, Jorge Werkelin, chefe de gabinete, Cilos Roberto Vargas, o assessor da vice-governadoria, Paulo Schmidt, e a superintendente da Educação, Meroujy Giacomassi Cavet.
Lei – A APP demonstrou na reunião mais uma vez que a posição do governo – que considerou o valor inicial para a carreira o cargo de nível superior – contraria a Lei do Piso. A lei diz claramente que o valor do piso é para cargo de nível médio (curso normal) e que todas as esferas públicas deverão elaborar ou adequar planos de carreiras. A presidenta Marlei disse a Arns que, na discussão havida na ação direta de inconstitucionalidade (ADI) sobre a Lei do Piso, o Supremo Tribunal Federal (STF) já havia deixado claro que, para cálculo, não se somam ao piso quaisquer gratificações, e que o piso não é teto e tem de estar vinculado