Medidas acentuam o desmonte da escola pública da carreira docente
A direção da APP-Sindicato/Foz está distribuindo informativo e conversando com educadores(as), estudantes, mães e pais sobre os prejuízos da BNCC (Base Nacional Curricular Comum) para a escola pública. Cerca de 40 mil cartas começaram a ser entregues às comunidades escolares das nove cidades de abrangência do Núcleo Sindical de Foz do Iguaçu.
A BNCC é parte da Reforma do Ensino Médio defendida pelo Governo Temer e aprovada por sua base política formada de deputados federais e senadores. A medida integra o processo de desmonte e privatização da escola pública que atende aos interesses dos setores que veem a educação como mercadoria e dela querem extrair lucro.
Com a distribuição da carta, a APP-Sindicato/Foz busca fomentar o debate e denunciar os falsos argumentos apresentados na propaganda dos governos em torno das mudanças no currículo e no ensino médio. As alterações visam instituir duas modalidades de escola no Brasil: uma para os ricos (com currículo integral) e outra para os pobres (com apenas duas disciplinas obrigatórias).
Com a BNCC, somente as disciplinas de português e matemática serão obrigatórias. Até 2022, a base responderá por 60% do currículo do ensino médio e, após esse período, apenas 43%, possibilitando as chamadas “áreas flexíveis” de conhecimento. Essas áreas poderão ser ministradas fora da escola e substituídas por diversos cursos, trabalho voluntário, entre outros.
O projeto do Governo Temer e de seus aliados nos estados vai provocar demissão em massa de professores(as) e acentuará os ataques contra a carreira do magistério e o desmonte da escola pública. O objetivo é reduzir ainda mais os investimentos na educação pública e estimular a rede particular, o ensino a distância, as escolas das instituições do Sistema S, isto é, a privatização do ensino.
Com a BNCC e a Reforma do Ensino Médio, o governo restringirá o acesso à educação pública entre os estratos populares da população. O conhecimento universal, história, geografia, línguas, sociologia, filosofia, artes, educação física, química, física e biologia passarão a ser conteúdos de luxo para quem tiver condições de pagar por eles.
Com duas escolas vigorando oficialmente no país – uma para os ricos e outra para os pobres – o acesso ao ensino superior reproduzirá essa desigualdade, tornando ainda mais distante a formação universitária para os filhos(as) dos trabalhadores(as). A BNCC e a Reforma do Ensino Médio fazem parte de um projeto que efetiva a mercantilização da educação, a elitização das universidades públicas brasileiras e a formação de mão de obra rápida e barata para o capital.
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