Já 28% dos entrevistados defendem a continuação das aulas pela TV e aplicativos, sem que sejam obrigatórias.
Não é de hoje que educadores(as) denunciam o sucateamento e a mercantilização da educação pública no Paraná. Esse processo destrutivo foi aprofundado no governo de Ratinho Júnior (PSD) e sob a administração do empresário Renato Feder na Secretaria de Educação.
O que já era péssimo ficou ainda pior e está sendo evidenciado durante esse período desastroso da pandemia de covid-19. Sem jamais ter consultado alunos(as), professores(as), pais e mães, Feder instaurou verdadeiro caos ao implantar o sistema de aulas “EaD”, de forma autoritária e impositiva.
Esse sistema falho e excludente é reprovado pela comunidade escolar de Foz do Iguaçu e região. De acordo com pesquisa on-line realizada pela APP-Sindicato/Foz, 51,5% de estudantes, mães, pais e responsáveis de alunos(as) entrevistados querem a interrupção das aulas não presenciais no Paraná.
Para 28,9% dos participantes da consulta, encerrada no último sábado, 27, o governo deve continuar ofertando as aulas pela TV e aplicativos, de forma não obrigatória, já que grande parcela de estudantes não está conseguindo ter acesso às ferramentas e ao processo avaliativo.
Ainda conforme o levamento com a comunidade escolar, 19,7% dos entrevistados querem a continuidade da “EaD”. A pesquisa recebeu respostas de 226 pessoas, dos nove municípios de abrangência do Núcleo Sindical de Foz do Iguaçu, sendo 46,9% de alunos(as) e 53,1% de mães, pais e/ou responsáveis.
“A pesquisa mostra que a ‘EaD’ do Governo Ratinho Junior foi reprovada pelos interessados diretos na qualidade da educação, que são alunos(as) e suas famílias”, ressalta a secretária de Comunicação da APP-Sindicato/Foz, Danielli Ovsiany Becker. “Mesmo os(as) estudantes que têm conseguido acompanhar as aulas e acessar os aplicativos, não têm garantida a aprendizagem com esse modelo que é uma fraude”, enfatiza.
De acordo com a dirigente sindical, da forma com que está sendo imposta, a “EaD” também traz graves prejuízos para os(as) educadores(as). “Há sobrecarga de trabalho para professores(as) e convocação de pedagogos(as) e funcionários(as) para atividades nas escolas, em plena expansão da pandemia”, exemplifica.
Ela cita, ainda, erros graves de conteúdos nas atividades encaminhadas pela SEED relatados por professores(as), alunos(as) e responsáveis. O acesso, para boa parte dos(as) estudantes, segue sendo limitado ou inexistente. “Isso deixa de fora do processo de ensino alunos carentes, sem acesso a uma estrutura mínima para aprendizagem”, denuncia Danielli.
Caos na escola público
Isso tudo demonstra que a preocupação de Ratinho e Feder não é e nunca foi uma aprendizagem qualitativa, baseada na interação social professor(a)-aluno(a) e em um processo pedagógico de avaliação continuada. O modelo nem de longe leva em consideração a realidade escolar das comunidades onde as escolas estão inseridas.
Ratinho Junior e Renato Feder preocupam-se apenas com cortar gastos e apresentar números superestimados de um processo que não é aprovado pela maioria dos envolvidos, como mostra a pesquisa realizada com alunos(as) e responsáveis, coletada pela APP-Sindicato/Foz.
Dessa forma, o Núcleo Sindical denuncia, mais uma vez, a falta de compromisso e descaso total do Governo Ratinho Junior com a educação pública do Paraná.