“Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome”.
(Clarice Lispector)
Os/as estudantes paranaenses estão dando aula de cidadania, compromisso coletivo e consciência. Não bastasse a grandeza do significado que envolve o ato de ocupar as escolas para impedir o desmonte do sistema público de educação, os/as alunos/as estão demonstrando profundo conhecimento sobre o cenário de ataques contra os direitos da população e cada dia derrubam novos mitos que tentam sustentar uma sociedade hierárquica e desigual.
Os/as estudantes/as do colégio estadual Castelo Branco, em Foz do Iguaçu, acabam de escrever um novo capítulo desta história de resistência e coragem. Os/as alunos/as que ocupam a instituição rebatizaram a escola, em ato simbólico para representar a retirada da homenagem ao ditador brasileiro Castelo Branco, que tomou de assalto a presidência durante regime militar brasileiro. No lugar do ícone autoritário, os jovens escolheram uma mulher, escritora do feminino e da liberdade: Clarice Lispector.
Sob a inscrição com a identificação do ditador no muro da escola, os/as estudantes fixaram um cartaz escrito a mão, confeccionado no próprio ambiente do colégio ocupado, com o nome da escritora ucraniana, que desenvolveu sua obra literária no Brasil. Trata-se de uma iniciativa pioneira no Paraná, em que a juventude mostra para toda a sociedade sua opção pela criatividade, pela sensibilidade e pela expressão da vasta condição humana, em detrimento da força e do autoritarismo.